Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ao Infinito e Além!

Dá medinho, mas faz o barco andar bem!
Era o que eu gostaria de dizer e fazer esta semana. Mas o resultado da última Mega Sena, com o prêmio de 75 milhas, não coincidiu com a minha aposta. Na verdade bastavam "míseros" 3 milhões pra cair no mundo. Logo, vamos continuar na luta, para realização de nossos sonhos, pelo caminho do trabalho mesmo ..... ai ai!
A noite sempre tem um bom papo.
Então, após 4 dias de "viagem",  os cruzeiristas do Costa Verde encontram-se atualmente em Mangaratiba no Canal do Itacuruça. O clima anda muito frio pela região, alternando dias de Sol, nublado e muito gelada a noite. Mas nada que uma fogueirinha com lenha, e outra "fogueirinha" com biritas, para esquentar o corpo e a alma. A galera tá se divertindo.
O sorriso diz tudo.
A Glaucia está muito feliz a bordo do Toriba. O casal José Ricardo e Guará são encantadores. Fora o talento artístico musical do Comandante com seu Sax. Imagina boa música, céu estrelado, vinhozinho,.... caracas!
A vida simples de velejador pode ser traduzida assim:
No barco dele nem precisa ter cd!
1- você tem seu barco que é sua casinha, seu meio de transporte e seu equipamento de segurança que te permite viver no Mar, contando ainda com "acessórios" que vão do conforto básico (água doce, banheiro, cozinha, luz elétrica) até o luxo para os padrões de um barco (ar condicionado, boiler, dessalinizador, eletrodomesticos,etc). O custo diário é pequeno, principalmente se comparado com viver numa cidade como São Paulo.
 2 - você tem uma boa dose de aprendizado para que seu cérebro não envelheça:  em geografia, navegação, meteorologia, cultura da região visitada, mecânica, elétrica, etc. e muita atividade física. (dá pra dar uma nadadinha todo dia antes mesmo de tirar o pijama!)
Mas você terá o melhor. 3- Relações Humanas. Este item é o principal, pois mesmo que resolva sair pelo mundo sozinho, você é obrigado a no mínimo estar em contato consigo nas mais diversas situações. Aprenderá a conhecer seus limites, medos, valores e necessidades. Caso saia em família, o espaço reduzido, as obrigações para com o barco e as atividades ao ar livre são um santo ambiente para aproximar as pessoas. Os objetivos e interesses geralmente se alinham. Esqueça a televisão e as redes virtuais.  Não tem mercadinho nem água doce em todo lugar. Comida tem de ser planejada, pescada, estocada e conservada.
Ou seja, o termo "vida simples", para mim, é justamente pelo fato de suas "preocupações" e consumos voltarem-se para suprir, simplóriamente falando, as nescessidades básicas classificadas na controversa  Pirâmide de Maslow, por exemplo. Comida, proteção, amor, estima e auto realização no nível necessário, pois o Extraordinário é Demais. 
Viver a bordo é administrar também os espaços de sua mente e sua energia. Como vc tem muito o que pensar para se manter boiando, comendo, bebendo e vestindo (apesar que umas duas bermudas e 2 camisetas bastam para 6 meses) as outras "necessidades" da tradicional vida urbana inexistem. Ipod, Hyundai, Victor Hugo, Fazano, boate, Cinemark (com aquela pipoca incrivelmente cara), IPTU, friaca, poluição, vaga na garagem, novela, vizinho de cima, gravata, shopping center, relógio, Casas Bahia, sapato, terno, meia social, reunião de condominio, propaganda, trânsito, buracos, metrô, estacionamento, café expresso e muitas outras são coisas que pretendo riscar do meu vocabulário!


Vida Longa e Bons Ventos

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Eles zarparam.... O Costa Verde 2011 tá na água!

Pois é, o cruzeiro Costa Verde 2011 começou neste domingo 26. Mesmo sem mim. ....rsrs. Já fiz outros "post's" nesta categoria.
Neste final de semana de feriadão, fomos para Paraty curtir a quinta e sexta, com direito a velejada e churrasquinho.
No sábado voltamos para a Marina e seguimos de carro até Bracuhy (Angra), onde a Glaucia iria embarcar no Toriba para o seu primeiro cruzeiro. De lá, eu e a Aline voltamos para a vida e obrigações urbanas de Sanpa. Confesso que para mim foi uma avalanche de sentimentos de inveja, saudade, ciúme, raiva e um monte de outros por não poder aproveitar esta oportunidade. É um cruzeiro pequeno que dura apenas 10 dias. Mas é uma boa chance para os novatos como nós. O que mais sinto é no lance de velejar em flotilha.



É muito legal velejar, mas toda vez que temos a chance de velejar com outros barcos é beeeeem mais legal. Como não temos experiência, é gostoso ficar analisando nossa performance em relação aos outros barcos, a orça (rumo em relação ao vento) que seguem, a regulagem das velas, etc.
Saíram de Bracuhy rumo ao Saco do Céu na Ilha Grande. Pelas fotos enviadas pela Glau, dá pra ver que o dia claro e lindo foi um verdadeiro presente. Pra quem não sabe, chama-se Saco do Céu por ser tão abrigado que a noite estrelada é refletida na água de tão parada que é. Mas não foi o caso da noite deles. Soprou muito vento (incríveis 45 nós = mais ou menos 80km/h) fazendo com que os barcos balançassem muito, exigindo o estado de alerta dos Comandantes durante a noite toda. O Toriba não "GARROU"(desprender a âncora do fundo e ser arrastado), mas alguns colegas sim.

É isso, por enquanto.

Só posso desejar uma excelente velejada e tudo de bom pra todos, principalmente para minha esposinha "Marinheira de Primeira Viagem"!.

Beijus e Bons Ventos a todos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cruzeiro Costa Verde 2011 - Só ela vai :(

O meu "manjar" de domingo:
 bolinho de laranja com café.
Uma beleza o Outono. O café da manhã de domingo, por mais simples que seja, é feito num clima delicioso. O Solzinho de outorno começa a esquentar o clima frio da madrugada. Muita luz, sons da natureza e uma paz que pedimos que não acabe.
Conforme havia previsto, por volta das 14h desenrolamos as velas e aproveitamos o vento que soprou na tarde de domingo.
A catraca que arrumamos na semana passada voltou a funcionar perfeitamente. Os mordedores que mandamos fazer em Naylon ficaram perfeitos. Antes, quando a mestra era cassada pelo boreste (lado direito do barco) tinha de ser praticamente na mão. Uma velejada confortável.
Novos amigos.
Mas o bom mesmo foi que a Glaucia arrumou uma vaga de tripulante no Veleiro Toriba, que pertence ao casal José Ricardo e Guará, para participar do Cruzeiro Costa Verde 2011, cuja largada será dia 26/06 em Bracuhy (Angra). Não podemos ir com o Refrega, pois eu só sairei em férias dia 02/07, conforme dissemos em outro post. Então ela irá aproveitar e conhecer como é o esquema de um Cruzeiro em flotilha e a rotina em outros barcos (como velejam, atracam, ancoram, vivem a bordo etc).
Será uma boa oportunidade para adquirir experiência.

Bons Ventos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Festa em Paraty - 3º Bourbon Festival


A todo pano!!!

Este final de semana teremos a chance de participar de vários eventos de Jazz e Blues em Paraty.
Mas não vamos aproveitar esta chance ...rsrs. ... vamos ficar é no Refrega e aproveitar o clima bom com ventos moderados para tirar a capa das velas. Faz tempo que não velejamos, devido o problema na catraca que resolvemos na semana passada (contamos no blog do Veleiro Refrega)
Aos amigos, fica a dica do 3º Bourbon Festival em Paraty neste final de semana.

Bjus a todos e Bons Ventos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dá trabalho namorar.

Oba! Dia dos Namorados. Mas neste final de semana foi de trabalho!!! Pois é, assim vão dizer que ter veleiro é uma ralação só e ainda por cima no final de semana dos namorados.
Praia "X": ancoram velejadores de passagem pela região.
Acontece que as vésperas de umas férias, sempre temos de melhorar, trocar ou só arrumar as coisas para que não tenhamos surpresas no passeio. Troca de óleo, troca do isolante termoacústico do motor e conserto da catraca foram as tarefas. Se quiser ver detalhes visite o blog do Veleiro Refrega. e confira os detalhes do trampo.
Mas rolou trabalho mesmo só no sábado. No domingo, rolou pela manhã uma outra "obrigação". Paramos de levar água mineral para o barco. 

Todo mundo merece!

Descobrimos que na Praia "X", aquela que tem uma casinha na praia logo ao lado da Marina do Engenho (Amir Klink) e que todos os amigos que passeiam conosco tiram várias fotos. Nela tem uma bica com uma das melhores águas potáveis da região. Assim, além de aproveitarmos esta praia, carregamos o barco com os 6 galões de 6 litros. 

A propósito, passamos a virada deste ano nela com direito a uma fogueira e visão privilegiada e exclusiva da queima de fogos em Paraty.



Depois de tudo que fizemos, o bom mesmo foi o excelente Dia dos Namorados que passamos, com direito até a troca de presentinhos... rsrs

Bons Ventos!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Festa no Interior.

Semana passada não deu Praia. A causa nobre foi a comemoração, em Tatuí-SP, do aniversário da tripulante mais Ilustre do Refrega.: A Filha Aline.
Companheira sempre que possível neste nosso primeiro ano "embarcado", ela nunca enjoou, coxila em qualquer cantinho (até com o motor ligado) e não esquece dos estudos mesmo nos finais de semana que estamos no Mar.

Tenho muita sorte em ter esposa e filha que participam e curtem a vela. E mais, minha filha é o orgulho da minha vida. Obrigado por existir, assim: bem juntinho!

Bjus e Bons Ventos!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Marinha também faz serviço burocrático.

FINALMENTE!!! Esta semana pegamos o documento do barco transferido para o nosso nome. A Marinha é quem efetua os registros e as transferência. 
A Marinha .
 
A propósito, documento de barco é igual ao de carro. Tem seguro obrigatório e número de registro que equivale a placa do carro. Outro dado interessante é o número de passageiros e tripulantes que vem estipulado no documento. No caso do Refrega, passamos de 1 + 5 para 1+11. Ou seja, um tripilante mais 11 passageiros. Claro que isso não se aplica ao pernoite. Por uma questão prática, a maioria dos Comandantes colocavam na documentação em média 6 pessoas. Isso por que, na antiga lei, dependendo da categoria do barco (Oceânico, Mar Aberto ou Costeiro) você tinha de ter a bordo os equipamentos de segurança de acordo com a classificação do barco e o número de passagerios e tripulantes previstos no documento. Então, se seu barco fosse Oceânico (que faz travessia oceância) e pudesse levar 10 pessoas, você tinha de ter a quantidade de sinalizadores, fogos, balsa de sobrevivência (que não é o mesmo que o bote de apoio) e 10 coletes salva-vidas ..... meso que estivesse navegando num baia. Nem precisamos dizer a grana que custa tais equipamentos. Fora o detalhe: tinha de ter o nome do barco escrito nos coletes e boias. Isso para evitar que numa fiscalização você ficasse pegando colete e boias emprestados dos colegas do lado, sendo obrigado a comprar os seus, mesmo que nunca colocasse 6 pessoas a bordo, por exemplo. Atualmente a fiscalização da Marinha irá te pedir os equipamentos de segurança necessários de acordo com a região onde estiver navegando e a quantidade de coletes para o número de pessoas a bordo. Ficou justo.
Por isso que aumentei o número de passageiros. Hoje temos 9 coletes e se for preciso, basta pedir mais alguns emprestado.

Chega de andar com protocolos!!!

Beijus e Bons Ventos.