Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Aventuras engraxadas!

Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio que moverei o Mundo.
Cara de "Será que devo"?
Acho que a atualização desta frase ficaria assim: Dêem-me um bom acesso ao google que poderei aprender e conhecer sobre tudo e sobre o Mundo. É possível encontrar todos os assuntos na net.
Muita gente faz por conta própria a maioria das manutenções ou instalações em seu próprio veleiro, seja pelo prazer, pela falta de mão de obra, que as vezes nem é tão qualificada ou devido aos preços serem geralmente puxados. Eu faço por todas estas razões e, principalmente, pelo Refrega ser um barco simples.
Sempre fui de fuçar nas coisas. Quando era garoto, tive mobylete. uma tremenda escola sobre os princípios do funcionamento de um motor. Fusca foi meu primeiro carro e ainda por cima meu cunhado era mecânico e eu o ajudava sempre que possível. Não que esses fatos me qualificaram como um "faz tudo" ou me tornaram mecânico. Mas que dá uma bela base e noção de como funcionam as coisas, isso dá. E tem outra dica importante, que aprendi com o Ricardo Amatucci durante sua palestra de manutenção no Mercury 3.3: se der alguma "cáca", ai sim chama um profissional, pois vc ia ter de pagar pra arrumar, então arrisque primeiro vc mesmo, se não souber, ai sim paga pra ele terminar!.
A lista de itens que fiz, foi a seguinte:
1 - troca de óleo do motor;
2 - troca dos filtros de óleo e de diesel;
3 - troca do fluído/água do radiador;
4 - troca do rotor da bomba de água salgada;
5 - regulagem da tensão da correia do alternador;
6 - troca dos retentores e regulagem das válvulas.

Este último foi o ponto alto. O Refrega tava queimando óleo "e vi por ai" que antes de propor a troca dos anéis, ou até mesmo uma retífica mais ampla, a troca dos retentores das válvulas poderiam minimizar a fumaça azul. Vamos nessa então. Na net consegui o manual original do proprietário, além da visão explodida de todas as partes do motor, e resolvi que ia me aventurar nesta operação também. Vi que era possível fazer esta troca sem desmontar o cabeçote, bastava tirar a tampa das válvulas, girar o motor com a ajuda de uma chave em uma das polias e ajustar o ponto para liberar as molas, soltar os balancins, tirar a trava das válvulas que as prendem nas molas, substituir os retentores. Um passeio no parque!. Foi bem tenso, confesso. Pois tem de soltar as guias das válvulas, as molas e outras partes mais. Passei um susto numa destas operações. Uma das válvulas desceu pelo cabeçote pra dentro do cilindro!!! Caraca ... agora teria de desmontar o cabeçote? FILHADAP!!! ... Respira ...  Opa, olha a sorte ai! Como a válvula funciona a 90º, em relação ao cilindro, ela caiu e ficou em pé no pistão. Quando eu girei o motor, na tentativa de fazê-la subir novamente, ela bateu no cabeçote!!!! Ai ai ai..... Mas tinha uma chance, olhando pelo orifício da válvula, dava pra vê-la "em pézinha"! Então a Glau enfiou uma chave de fenda bem fina para guiá-la e eu girei novamente o motor e ...Oiiii !!!! Ela subiu... Desta em diante, passamos a fazer a quatro mão para evitar que isso se repetisse e déssemos o azar de outra cair sobre o pistão. Daí pro fim deu tudo certo.
Depois de tudo trocado e montado, foi só regular as válvulas (0,30mm de folga). Outra coisa que aprendi foi "sangrar" para tirar o ar do circuito do diesel, proveniente da troca do filtro e ainda tive de desmontar as mangueiras que vão para o bico injetor. Pois é, elas passam por cima da tampa do cabeçote. Vamos dar a partida? Num é que pegou !...rsrs. Deu até pra perceber que estava melhor que antes. Mais redondo quando subia de giros. A fumaça melhorou muito. Depois que esquenta, ela praticamente desaparece.
Mãos de mecânico?
Mas , agora com o motor frio, e mais ainda naqueles dias friosos, com direito a garôa, que passamos nos dias atrás, sai uma fumaça branca. Em dias normais (quentes) ela não aparece. De acordo com informações do manual, isso pode ser: combustível adulterado, temperatura do motor muito baixa ou filtro de ar obstruído. E agora? Além de todas as coisas que mexi, ainda coloquei 100 litros de diesel Verana na Imperial. Devia ter uns 50 litros no meu tanque. Eu sempre uso o aditivo TECCON.
Será que a regulagem de válvulas e a troca do fluído e da água do radiador tão fazendo o motor esquentar menos? Meu motor sempre funcionou a 60º. Será que o diesel tava meia boca?
De dezembro em diante vamos rodar bastante. Vamos ver como fica.

Semana que vem tem mais manuntenção. Geladeira nova, caçar uns pontos de ferrugem aqui e ali e outras coisinhas a mais pra ficar "Tranks" para as férias.

Vamo que Vamo.

Bons Ventos  (e calor)!!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É como se "sêssi"!!

Feriadaço!! Fomos para vários lugares: pra sala, pra cozinha, banheiro e quarto! Turismo em casa.
Resolvemos ficar em casa para que a Aline relaxe e possa ainda estudar para o vestibular da FUVEST do dia 25/11. Reta final.
Então, como dizem que planejar uma viagem é viajar duas vezes, vou falar de nosso últimos passeio, pois penso que isso também dá a sensação de viajar/passear "de novo".


Dessa vez levamos minha cunhada Thelma para passear. Ela já tinha ido uma vez para Paraty conosco, mas devido a uns probleminhas acabamos nem saindo com o barco. É sempre legal ver a reação de tranquilidade, curtição e paz que as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de andar num veleiro experimentam. Mergulhar mesmo que o dia não esteja muito favorável é básico, por exemplo!


O PessoALL da vela tinha combinado de ir até a Ilha do Cedro. Dependendo do tempo, íamos nos reunir na praia em frente ao Bar do Nelson, apesar de estar fechado o restaurante, ele ainda pode servir bebidas na praia. Foi uma boa velejada na ida. Mas a chuva não deu trégua. A maioria da turma ficou ancorado na prainha ao lado, mas como a gente já estava ancorado em frente ao bar da Dita, por lá ficamos mesmo. Acabou que rolou apenas "eventos" num barco ou outro onde a turma se reunia.
Mas o legal foi o encontro na Praia de Tarituba. Lá, o ponto alto foi juntar todo mundo pra comer o tal Peixe Maluco. Muito bom.
Lá acabamos encontrando a Tereza e Luis (Avis Rara) e o casal Germano e Cris (Azougue). Foi ótimo revê-los. Rolou uma tapioca a bordo do Avis Rara e um churras no Refrega.
Voltamos velejando juntos para um pernoite na Cotia. Vários bordos, pois o vento tava muito de Sul (quase na cara).

Já fiz várias manutenções no Refrega visando estar preparado para as esperadas férias. Farei um post sobre isso, pois depois de mexer em vários itens ao mesmo tempo, não sei ao certo o que está fazendo com que saia uma fumaça branca quando motoramos com tempo frio.

Bons Ventos (e tempo quente) sempre.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Navegando mais no Mar do que no Blog.

Opa ... tá difícil ....por onde recomeçar? Acho que vou ter de fazer curso de datilographia, desemperrar meu teclado e ativar os neurônios e a criatividade.

Depois do CCL 2012, parece que fiquei sem inspiração e/ou "assuntos interessantes" pro blog (os de antes eram?!?!). Isso, apesar das diversas vezes que já voltamos para nosso Refrega nos finais de semana em Paraty ou dos períodos maiores na Ilha Grande e Angra. Sem falar das Boas velejadas, passeios e reencontros com os Amigos. E aquela semana na Ilha particular de uma Amiga? Até a máquina fotográfica anda meio esquecida, em algum canto no barco, quando saímos para os últimos passeios.

Bem, uma coisa é certa: constatamos que O CCL nos deu muita segurança, confiança e tranquilidade para os passeios em nosso barco, em nossos Mares. Nossos conhecimentos, limites, a sensibilidade ao vento e as ondas e a disposição para velejar (ou mesmo motorar) agora estão, seguramente, em um nível acima. Até mesmo alguns conceitos e valores se concretizaram, clarificaram ou se transformaram.
Então vamos em frente ...  Afinal, logo aí vem o final do ano e com ele as FÉRIAS! Até parece piada dizer essa palavra, pois ainda estamos em, digamos, período sabático que deveria ser = FÉRIAS = Paraty = Refrega. Mas temos ficado bastante  em Sanpa para pensar, pesquisar e avaliar o próximo ganha pão e, principalmente, apoiar a filhota que está às vésperas do vestibular. Pensando nas férias, precisamos nos preparar, preparar o Refrega e o que parece mais difícil: estabelecer a programação. Haverá o CCT (Cruzeiro Costa dos Tamoios) e o CCF (Cruzeiro Costa Fluminense) em contrapartida com o que mais gostamos de fazer, que é perambular por nossa conta pela BIG e Angra.

A vida é feita de escolhas, sempre!

Bjus e Bons Ventos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

CCL 2012 #19 - Filme 7 - Camamu e Salvador.

Senta que lá vem história!

....brincadeirinha .... Segue abaixo o último filme da Saga CCL 2012. Fizemos um condensado de Camamu, Salvador e o fechamento do Cruzeiro em Aratú.
Enfim, aprendemos muito nesta viagem. Coisas sobre Lugares, Mares, Pessoas e - principalmente - sobre Nós. Confesso que ainda estou pensando, remoendo e tirando minhas conclusões sobre o que eu tinha de expectativas, quando pensava no CCL, versos o que foi de fato. Uma experiência Surpreendente em muitos aspectos.


Nesta próxima semana, passaremos uns dias no Refrega. Nosso habitat!!!...rsrs. Depois ... escrever CV, pois Trabalhar É Preciso... (...de Necessário)

Bons Ventos e um abraço.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CCL 2012 #18 - ... o fim é Salvador.

Ao sairmos de Camamu, às 5h da manhã, Eu e Gláucia já tínhamos a sensação que realizamos um grande feito. Estas seriam nossas últimas 76 milhas em Mar aberto.
E que Mar aberto é esse? Um azul profundo que nunca tínhamos visto antes. A profundidade passou de 2.000 metros em quase todo o percurso.
31 dias e 1.110 milhas para finalmente avistar Salvador do Mar. O ponto de encontro foi no Terminal Turístico Náutico da Bahia (TENAB). É um lugar privilegiado, pois fica em frente ao Mercado Modelo. Por isso achei o preço cobrado (R$ 1,10/pé) bem razoável.


Logo no desembarque, fomos convidados para compartilhar uma bela caipirinha de cajú e um churrasco à bordo do MM2000. Caraca? Acabamos de chegar e o pessoal do MM já estava com toda a "infra" de jeito!!! Claro, isso foi graças aos esforços de Andréa "TôChegando". A Tia Cris Berringer (tripulante do MM2000), passou um fone pra ela dizendo que estavam chegando. Bastou para que a Andréa providenciasse tudo. O "TôChegando" se dá pelo seu estilo corrido na vida profissional e virou o nome de seu veleiro.  Agora dá até um toque "x" para os serviços de receptivo que ela também presta. O Churras foi um dos melhores momentos da viagem, pois já estávamos mais relaxados com o sentimento de "missão cumprida". Ainda bem que teve isso, pois não tivemos nenhum receptivo "oficial" com o Tema do CCL em Salvador.

Não podemos deixar de citar também o nosso amigo Rui, do Veleiro Naumi. Este Portuga gente boa nos convidou para um delicioso bacalhau na brasa ?!?!? Pois é, temperado com um pouco de sal grosso e regadado, ainda na grelha, com um bom bocado de azeite. Está eleito ingrediente obrigatório nos "churras " do Refrega, pois é muuuuuuuuito melhor do que fazer churras com os peixes comuns que a gente costuma comprar lá por Paraty. Foram noites mais que agradáveis, sem sair do pier. Não são os lugares que fazem momentos felizes. São pessoas.


Passeios pelo Mercado foram básicos, afinal comer a tal Lambreta é obrigatório. Ainda tivemos a sorte de ir até Itapuã com nossa amiga Fabiana, onde o Matias (marido) estava fazendo uma despedida em seu AP. Iriam voltar a residir em Sanpa. Pizza (muito boa), vinho e conversa com "gente diferente" fez muito bem também, pois depois de tanto tempo a bordo nessa empreitada faz com que você aprecie coisas tão curriqueiras, aparentemente....

Mas o término oficial do CCL 2012 seria com um jantar no Iate Clube de Aratú, que fica a umas 20 e poucas milhas no interior da Baia de Todos os Santos. Este trecho eu já naveguei, sozinho inclusive. Foi quando eu trouxe o Refrega de Aratu para a Bahia Marina para que embarcasse no caminhão e viajasse até Paraty. (caso não tenha visto o post, click aqui). Um "detalhe": muitos dos participantes do CCL perderam o tal jantar, pois a ABVC alterou a data para o dia seguinte do previsto.
Nem tudo estava perdido. O Chico, um dos tripulantes do MM2000, alegrou muito o tempo que ficamos na Marina de Aratu. Seu vasto repertório tornava praticamente contínuo, por horas a fio, as boas músicas embaladas pelo seu violão.
De volta para o TENAB, desembarcamos do Sweet. Gratos ao Janjão pela oportunidade e certos de que procuramos dar o máximo de nós para ajudar com o que sabíamos e podíamos durante a viagem. Ele ainda ficará em Salvador com a Ivany até janeiro (entre idas e vindas), quando é a época de ventos ideais para navegar o caminho de volta.
Ficamos hospedados no Hotel Vitória Marina. Andréa "TôChegando" administra 11 flats neste hotel (veja aqui). Como foi bom dormir num cama que não balança. Como foi bom dormir sem roupa. Como foi bom não ter gaiuta pra abrir e fechar durante a noite devido aos inúmeros pirajás (chuvas rápidas). Como foi bom poder tomar bons banhos quentes, com mais de 5 litros de água, sem culpa e sem ser num vestiário.
Taí uma boa dica: Este flat é o único localizado no Bairro Vitória com vista para o mar. E para os velejadores ou não, fica a 10 min de carro do TENAB e consequentemente do Mercado Modelo, Lacerda e Pelourinho. Andréa é uma pessoa prestativa, amiga e de ótimo astral que pode e tem condições de prestar um bom serviço no que for necessário para uma boa estadia. É cheia de contatos e informações necessárias para dar suporte, dicas e auxílio em sua estadia.
Estou escrevendo no conforto de minha casinha, onde estamos desde o dia 17. Ainda vou postar um filminho de Camamu e Salvador para considerar "o assunto" CCL 2012 encerrado.

Semana que vem, dia 24/08, estaremos navegando novamente com  nosso Refrega. Precisamos de férias!!!

Bons Ventos!



sábado, 11 de agosto de 2012

CCL 2012 #17 - Camamu.

Os Astros em Camamu! Belos nascentes e poentes.
Apesar de se repetirem em todas as nossas ancoragens, o nascer e por do Sol e da Lua são um espetáculo diário também aqui. É como se tivéssemos hora marcada para assistir a um bom programa da National Geographic na televisão.

De Ihéus para Camamu são 70 milhas. Zarpamos às 3h e chegamos às 14h, percorrendo o trecho na vela e motor. Que tinha ondas altas de través eu preciso dizer? SACO. Para chegar é preciso entrar na baia com a maré enchendo. Uma outra novidade pra nós: aqui só se consegue uma ancoragem tranquila colocando-se uma segunda âncora na mesma corrente. Isso também por causa da maré junto com a correnteza do rio, que deve chegar a uns 3 nós fácil. Você solta uns 20 metros de corrente e quando sentir que "unhou"(prendeu a âncora no fundo), coloca a segunda âncora na corrente e solta mais uns 15 metros. A gente ficou firme desta vez. Muitos colegas tiveram de arrumar suas ancoragens.

A Baia de Camamu é gigante. Ficamos no Campinho que tem bons restaurantes. Comemos uma bela lagosta no São Jorge que fica no Sapinho. Também na Vila fomos convidados para tomar caldos e comer tapioca na numa ONG . Também foi uma ótima oportunidade pra tomar um bom banho quente. Nessa vida aprendemos a dar valor a cada coisa "banal"!!!!.

Ainda fizemos dois bons passeios. Num dia fomos de Lancha Rápida (e tem lancha lenta?) até a Cachoeira de Tremembé. Foi bom ir de lancha pois é longe (uma hora a uns 25 nós de velô) e a profundidade é muito pouca. Só mesmo veleiros de pouco calado e na maré alta chegam lá. Andar pelos mangues, passar por pequenas Vilas e ver o cotidiano de muitos pescadores faz com que a viagem seja rápida.


Tirando a lama no desembarque, e fiquei salvo pois o Lancheiro me pegou no colo, o restaurante da Ada e do Sr. X (não lembro o nome dele) é um oásis aos pés da cachoeira.

Boas cachaças, muitas conservas e um Pitú, de "lamber os beiços", acompanhado de palmitos ao forno com manteiga de garrafa!.... Caraca. Nem preciso dizer que o restaurante era relativamente barato, pois naquele "fim de mundo"a lata de Skol gelada custou apenas R$ 3,50!!!!.kkkkk.




Dia seguinte fomos todos de escuna até Cajaíba e Camamu. Em Cajaíba são fabricadas as escunas. Muito interessante de se conhecer. Lá um mestre dos Antigos guiou-nos dando vários detalhes das técnicas de construção.
Aqui quero aproveitar e fazer uma observação. Na volta da visita, eu perguntei em uma loja se sabiam onde vendia côco verde. Não sabiam. Cruzamos com um rapaz que tomava um suco de caixinha se ele sabia onde tinha côco. Ele respondeu: "aqui não tem não, mas eu vou pegar pra vocês!" (?!?!?!? ...Como assim?). Pois foi o que ele fez. Pegou uma vara e cutucou um entre dezenas de coqueiros da rua. Pegou o côco, foi até o boteco e pediu o facão emprestado. Abriu o côco e deu pra Gláucia. Imediatamente coloquei a mão no bolso para oferecer uma "gratificação", que ele rejeitou também imediatamente. Perguntei se queria dividir uma cerveja comigo e ele disse: "- Quero não, obrigado. Parei com isso!" e foi saindo desejando-nos um bom passeio!!! Este foi o Côco mais doce, em todos os sentidos, que tomamos. Nestes lugares mais afastados, as pessoas nos cumprimentam na rua. Nos atendem com presteza. Podemos até reclamar da demora, mas é o único "problema"pra nós os urbanóides que temos muito o que fazer em nosso precioso dia né mesmo?


De volta para a escuna, fomos para Camamu pegar umas Vãns que nos levariam até a Comunidade Quilombola, cujo almoço, além de delicioso, foi oferecido como boas vindas. Muquecas, Tainha defumada e outras delícias.






No retorno passamos pela bela Cachoeira Pancada Grande, que nem cheguei perto devido a caminhada e escadaria a ser encarada pelo meu corpinho que já tava pedindo penico de tanto andar de Escuna e Van.



Camamu: da próxima vez que viermos pra cá, só sairemos quando formos convidados para a festa de aniversário de um nativo.

Té Mais!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CCL 2012 #16 - Filme 6 - Ilhéus

Bahia devia se chamar ITACARÉ!


Apesar do pouco tempo que ficamos em Ilhéus percebi que dará, espero que num futuro próximo, para passar um bom tempo por aqui.
Ok .. Ok... Já estamos em Aratú para efetivamente participar do jantar de encerramento do CCL 2012, e só agora vou falar de Ilhéus. Ainda falta Camamú e Salvador. Bem que eu tentei fazer registros "on line"desta viagem, mas as vezes por falta de sinal ou de tempo mesmo, não deu!!!
A travessia de Santo André pra Ilhéus foi o pior trecho, na minha opinião. O mar estava com ondas de través (de lado no barco). Algo em torno de 8 segundos, ou menos, e com altura de 3 a 4 metros. Foram  22h de muito motor e pouca vela. Balançou o tempo todo, tornando até os períodos de descanso na cabine muito cansativos. É preciso deitar encostado em algo para tentar amenizar o balanço. IMPOSSÍVEL desligar, pois as coisas dentro do barco teimam em passar de uma lado para outro. Uma surpresa: verificamos que as baterias não estavam sendo carregadas. Procura fio solto daqui e dali, pois com aquele balanço todo, nem fusível para no lugar! Na verdade a correia estava folgada. Naquele mar louco, desligamos o motor e ajustei a correia.
Quer quer eu chore mais? O Iate Clube de Ilhéus fica numa baia por trás de um Porto. Mesmo assim, as ondas teimavam em entrar e fazer com que os veleiros ancorados balançassem muito lateralmente. Ou seja, vai dormir como se estivesse navegando... Foi FOD.... Mas tudo bem. Faz parte. Outra aventura era o desembarque no pier. Tem um flutuante e uma ponte fixa. Então dá pra imaginar o quão punks é descer do barquinho no flutuante, com aquelas ondulações, e esperar a ponte fixa literalmente passar pela sua frente para saltar pra cima dela. Caraca!
Bem, ficamos muito surpresos com o restaurante do Iate. Simplesmente de primeira qualidade e preço normal. A cozinha primava pela qualidade de qualquer dos pratos que servia. Desde lagosta até arroz e feijão. Impressionante. Inclusive isto é uma constante por onde temos passado.
Ilhéus tem seu charme, graças aos clássicos de Jorge Amado. Pegamos um taxi e fomos visitar o centro. Sua casa virou Museu. Tem o Bataclan, O Vesúvio e muitos outros pontos de visitação. A arquitetura é fantástica. Aproveitamos a infra da cidade também para um corte de cabelo (... não ria, pois eu ainda tenho um pouco de cabelo e barba pra cortar), lavar roupa na lavanderia e uma faxina no Sweet.
Passear é melhor. Alugamos um carrão e fomos para Itacaré, que fica a aproximadamente 67km e 380 metros de Ilhéus. Dirigir um carro mecânico depois de um mês no mar foi duro. Ainda mais um Uno pé duro!!!!. Mas nos levou e nos trouxe em segurança. Itacaré é um espetáculo. Existem várias prais perto da cidade e muitas outras acessíveis apenas por trilha. Essas nós pulamos. Quando encostamos na Praia das Conchas, olhamos o cardápio e vimos que uma caipirinha custava R$ 9 reais, pronto. Era o lugar. Tem gente que usa o índice de preço do Mac Donalds para medir o custo de vida dos Países/Cidades. A gente usa o índice "Caipis"para medir o padrão dos botecos e lugares ..... Pedimos ainda uma casquinha de sirí, que custaou R$10 reais cada e que nos pareceu um almoço. O visual desta praia é simplesmente um colírio. Você fica de frente para a enseada que, com a maré alta, tem um tráfego grande de pesqueiros da vila. O Farol é um monumento à parte. Ao longe nos pareceu feito em mámore, destoando da paisagem rústica local. Pensei que estivesse vendo um obelisco da Ilha de Lost!!!!(Só dá Lost nesta viagem).


É isso.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CCL 2012 #15 - Filme 5 - Santo André BA

Abrolhos já tá na saudade!

Saímos logo pela manhã. Um dia que começou e terminou lindo. As previsões se confirmaram. Foram 24 horas com muita vela para percorrer as 110 milhas de distância. Mesmo com velas, o Comandante Janjão optou por manter o motor ligado boa parte do percurso para alertar as eventuais baleias. Neste trecho vimos poucas. A flotilha se manteve boa parte do tempo junta, coisa rara em um trecho longo.
Além da melhor velejada que demos até agora, este trecho nos reservou uma surpresa boa e apetitosa. Molina já vinha há algum tempo curricando (arrastar uma linha com uma isca artificial) sem sucesso. Mas nesta manhã, ele pegou a isca e disse: "se você não me trouxer nada, vai voltar pra água pra sempre!!!" Caraaaaca!!!! Não é que algumas horas depois, uma bela Sororoca de uns 3 kilos veio "presa" na isca??? Eu disse PRESA, pois a garatéia estava presa no lado do peixe e não na boca!!! Foi uma gozação, pois ficamos imaginando a isca perseguindo os peixes temendo a ameaça do Molina.
Chegamos em Santo André na manhã seguinte, depois de uma noite também tranquila. A ancoragem em Santo André é feita na foz do Rio X (não sei o nome dele). Por isso, a entrada é feita com a ajuda do Carlindo, um morador local que nos guia, como um Prático que guia os navios nos Portos, na entrada do Rio desviando dos recifes e dos banco de areia. A ancorgem tem de ser feita com duas âncoras: a tradicional da proa e uma adicional na popa. Isso para manter o barco alinhado com o sentido do Rio evitando que ele rode muito ou "garre"(solte a âncora) com a força da maré mais a correnteza do rio.
A Glaucia pediu para eu não falar mal de Santo André. Mas não é que o lugar é ruim. Eu só não gostei de ficar com o barco num lugar que tem de ser pregado se não ele garra. Tanto que numa noite estávamos jantando a bordo (PU.. SORTE), e eu estava de frente para a porta do barco. De repente vejo o restaurante passando pela porta!!. GARRAMOS!!!!... gritei e corremos todos para resolver. O Sweet garrou a âncora de popa e se encaixou entre dois outros veleiros, sem bater em ningúem. Puxa cabo daqui, vira leme dali e ficamos assim esperando a maré parar de subir para podermos colocá-lo de volta em sua ancoragem. Meio sufôco mas deu tudo certo, exceto pela taça de vinho derramada em meu lado da cama! Um desperdício.  O lugar é muito bonito, principalmente quando a maré baixa e forma diversas prainhas. Ficamos bastante o restaurante Gaivota, que é excelente e ainda dá pra tomar banho quente. Ainda tem outras pousadinhas com vista pro mar que têm restaurante. Recomendamos o Recanto do Corsário com excelente serviço.
De passeio fomos até Corôa Vermelha. Uma caminhada de 2 km, pega uma balsa, pega um ônibus, faz um tour por um povoado (isso não precisava se tivéssemos pego outro ônibus) e desce no centro histórico. É onde foi feita a primeira missa. Tem umas lojinhas com coisas locais e muitas coisas feitas pelos índios Pataxós.
Bem, de qualquer forma será um lugar que voltaremos com mais calma.
Segue o filme da travessia e de nossos passeios em Santo André.
Beijus e até Ilhéus!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CCL 2012 #14 - Filme 4 - Abrolhos

Quem é vivo sempre aparece!!
No momento, e já não é notícia nova, ainda estamos em Ilhéus. O tempo não tem estado favorável para nossa saída para Camamú. Mas neste momento, depois de consultar os pescadores, os Comandantes resolveram sair na madrugada de quinta para sexta (03/08). Ainda temos previsão de ondas de 2,5 a 3 metros, ventos de Sul de 15 a 20 nós e possibilidades de chuva. VamoQvamo.

Estou meio atrasado nas informações da viagem. Está faltando Santo André e Ilhéus. Mas eu chego lá.


Tivemos muitos encontros com as baleias. Elas, sem dúvida, deixam o Mar muito mais alegre. A maior aproximação que tivemos não tem imagem nem foto. Ela passou a uns dois metros do SWEET em sentido contrário. A Gláucia estava na lateral do barco mas só foi percebe-la quando ela já estava do lado. Ela soltou um esguicho que molhou todos!!! Impagável.

Segue abaixo o filme de nossa travessia de Vitória para Abrolhos e os dias que passamos na bela Ilha.

Bons Ventos!!!



sexta-feira, 27 de julho de 2012

CCL 2012 #13 - Terra à Vistaaaaa.... Abrolhos.

Abra os olhos!!! Dizem que o nome Abrolhos vem desta expressão.
Isto por que em volta do arquipélago tem muitos recifes, o que exige atenção dos navegadores.
Nossa viagem de Vitória até lá foi na base de 34 horas de motor mesmo. Por duas razões: a primeira é por que, conforme dissemos antes, trocamos a genôa por uma menor esperando que tivéssemos mais vento. Como ele não veio, o "pouco pano"não fazia o Sweet andar mais que 3 ou 4 nós. A outra razão, mais controversa pra mim, é para espantar as baleias mais distraídas. Pra que espantar se vê-las de perto era tudo o que mais queríamos. Mas um contato imediato de quarto grau com elas pode causar sérios problemas ao barco e também a elas, claro. Vimos muitas mesmo, mas não tão de perto ...pelo menos o quanto queríamos. Os Veleiros TIMSHEL e Triunfo II disseram ter esbarrado nelas, mas nada sério. Não tirei foto, mas tem uns filminhos pra mostrar depois.

Abrolhos é um espetáculo de lugar e os três dias que ficamos foram pouco. Ainda por cima fomos privilegiados por poder desembarcar e mergulhar nas imediações. É preciso autorização prévia da Marinha. Com a turma da Berna, que trabalha lá a mais de 25 anos, fomos visitar os 3 points das ilhas:
 - O Farol: 22 metros feito em ferro fundido em 1861. Nem preciso dizer o quão show foi assistir o por do Sol lá de cima e acompanhar o acendimento da luz. Luz? aquilo parece mais fraco que o abajur lá de casa. Tem uma lampadinha bem "mequetrefe", mas devido aos cristais que formam as lentes, o Farol tem um incrível alcance de 51 milhas.


- Ilha Siriba: lá você tem a oportunidade de ver os ninhos dos Atobás e aves em várias estágios de crescimento. Após um ligeiro coro de lamentações, nosso guia concordou em dar uma volta completa na pequena ilha. Teve até escalada em paredão, só sendo possível isso com a maré baixa.

 - Ponta da Cruz: o nome não é esse. Mas do lado oposto onde fica o Farol, tem um morro com uma cruz. A caminhada até lá não é tão radical. No trajeto, além da vista impagável de todo o arquipélago, você se aproxima de muitas outras aves. O visual é impressionante.



Pra falar a verdade, tudo lá é impressionante. Tem um detalhe, sabe aquela coisa que quem tá embarcado tem como regra: só jogue no Mar o que os peixes podem comer! Pois é, lá nem isso pode ser feito. O lance é que se os peixes se acostumarem a comer "nossa comida", eles podem mudar o hábito alimentar e isso afetará o eco sistema. Interessante não? A gente que acha que tá ainda fazendo o bem pros pobres peixinhos.


Tivemos a oportunidade de fazer mergulho. A Glaucia fez do tipo Batismo, aquele que você vai acompanhado por um instrutor. A água não estava cristalina, mas foi possível fazer um bom mergulho e ainda filmar e fotografar com nossa maquininha nova. É uma Nikon Coolpix AW100. É uma boa dica, pois ela tem 16 megapixel, filma em HD, pode merguhar até 10 metros, a prova de choque e outras coisinhas a mais. Tá firme até agora, pelo menos... Não mergulhei pois estou com meu tímpano perfurado e não quis arriscar a uma infecção a esta altura da viagem.


O pessoal ainda fez um churrasco. O Ícaro, um dos tripulantes do MM2000 em que está a Cris (Tia da Glau), o fez muito bem. Afinal é do Sul!. Eles zaraparam de Abrolhos direto para Ilhéus, pois o barco tem muito calado para entrar em Santo André.
Agora já estamos em Santo André. Amanhã (28/07) às 10h zarpamos para Ilhéus. Prevemos umas 20 e poucas horas de travessia. Voltamos a colocar a genôa maior para melhor aproveitar os ventos. Baleias? Sim, tem muito mais pela frente.

Bjus e bons ventos.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

CCL 2012 #12 - Vitória

VITÓRIA - s.f. - Vi.tó.ria - Ação ou efeito de vencer. Qualquer sucesso, êxito ou vantagem alcançada. Triunfo.
Para nós, conforme descrito no post anterior, foi mesmo uma Vitória. Passou. Em termos de cidade, nem chegamos a conhecer os pontos turísticos, baladinhas e comidas típicas. Tivemos apenas um dia de tour. O resto das caminhadas foram pelas imediações mais para comprar comidas, lavar roupas, bancos e etc. Pra falar a verdade, pra nós o que tem de mais interessante neste CCL não são os destinos, mas sim as milhas navegadas.
De qualquer forma fizemos um filminho de nossa navegada de Búzios para Vitória e alguns acontecimentos nesta cidade.


Amanhã, dia 20, zarparemos para Abrolhos por volta das 7h da manhã. A previsão de tempo é boa e esperamos não chegar lá com ventos do quadrante Sul, pois isso atrapalha a ancoragem e o eventual mergulho. A travessia durará 34h. Hoje trocamos a Genoa 1 pela 4, pois é mais fácil de manusear e os ventos tendem a ser mais fortes de agora em diante. abastecemos de água, mercado, etc.

Por favor, avisem as nossas amigas Baleias que estamos indo e saiam da frente, mas fiquem por perto!!! BEM PERTOOOOOOO!!!

PS.: Entramos em acordo com os artistas e os respectivos direitos autorais.... Acreditamos que os post's dos filmes anteriores agora estão disponíveis!!!

Bjus e Bons Ventos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

CCL 2012 #11 - De Búzios uma Vitória

Será que os Deuses dos Mares ficaram bravos porque eu xinguei algumas de suas ondas?
O trecho Búzios até Vitória foi muito longo e cansativo, e me deixou sem pique pra escrever logo. Não tem foto nem filme.
Não teve jeito! Foi uma viagem que nos inspirou tranquilidade no início, em função das boas previsões. Porém, no final da tarde do dia 12/07, antes de largarmos, a Marinha soltou um aviso de mau tempo na área onde estávamos. Confesso que fiquei surpreso com a saída, afinal tudo que é velejador que conheço é sempre safo, mas quando se tem "compromisso"!!!. Saímos por volta das 19h rumo a Vitória. Todos saíram com velas mestras risadas (um artifício que deixa a vela menor) e genôa. Percebemos no horizonte de nossa popa, tanto no continente quanto mais ao Sul sobre o oceano, a presença de grandes nuvens com raios. Durante as primeiras horas tinha vento moderado. A impressão que tivemos é que as nuvens se dirigiam para o alto mar. Nada disso, derrepente o vento aumentou rapidamente e com ele vieram as ondas que passaram facilmente de 3,5m. Estávamos eu e o Molina no turno. Chamamos o Janjão para nos ajudar e orientar nas manobras necessárias para baixarmos a vela mestra e deixar apenas um pequeno pedaço de genôa aberta (uma cuequinha, como dizem). Durante este procedimento, coube ao Grumete aqui ficar no leme, pois o piloto automático certamente não reponderia rapidamente e o barco ficaria atravessando com o vento e ondas de popa. Como fez uma vez. O Molina bravamente vestiu o cinto de segurança e foi recolher e guardar a mestra. Tudo isso com uma certa gritaria e correria, pois o vento e as ondas uivavam fortemente. Caraca! foi dureza manter o rumo. Você tem que fixar um ponto de referência, uma luz no horizonte, um outro barco ou uma estrela e manter o barco aproado naquilo. Teve momentos que eu levava o leme todo para um lado com muita força e por um tempo razoável esperando que o Sweet respondesse. O barco inclinava muito. Tanto que a Glau, que estava dentro do barco, disse que via a água passando pela borda do convés de dentro das vigias.... Foi uma puta experiência, pois eu sempre tive medo do que não conhecia. Quero, por exemplo, dizer que não tinha idéia do quanto um veleiro pode inclinar. Mas vimos que a resistência é enorme. Em posts anteriores já relatamos que balançamos bastante com o Refrega. Em nenhum momento tivemos medo. As vezes eu olhava pra trás pra ver as ondas que quebravam como se fossem na beira da praia. Isso durou mais de três horas.... uma eternidade... kkkkkk . Mas resto da viagem foi tranquila. Optamos por velejar a uns 4,5 a 5 nós e chegar ao amanhecer em Vitória. Alguns colegas com vela e motor chegaram a partir da meia noite anterior.
As novidades pra nós? 36 horas navegando. Não ver costa em nenhum dos lados. Dormir navegando (isso é foda, pois o balanço lateral atrapalha muito)
Sobre os xingos? Bem, quando se tem vento e onda de popa, mesmo que pouco, o barco tende a ficar pendulando de um lado para outro. Ai tem aqueles momentos que vc vai ao banheiro, por exemplo. Tá se segurando ....  mas ai tem de levantar as calças. Larga por um segundo o apoio e pronto ... solta um UH CARALH.... Ou então vai pegar algo na cozinha, abre o armário e .....FILHA DA PU..... cai tudo no chão..... O ideal seria que, Velejadores, pudessem optar por nascer com três pernas e quatro braços.
Em relação aos amigos, tivemos os seguintes relatos e fatos: Papaleguas voltou com problemas no quadrante do leme e vela. Devaneio Rio voltou com problemas de vela que enroscou na hélice. Timshell, Zan Zar e Naumi rasgaram vela. Foi realmente forte a coisa mas que no final viraram bons aprendizados e histórias.

Relax total depois de nossa chegada ao Iate Clube do Espírito Santo. Tivemos uma excelente receptividade, a famosa Paella e outras coisas até então. Prometo fazer um post de nossa estadia em Vitória.

Bjus e Bons Ventos e até mais.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CCL 2012 #10 - Filme 03 - Búzios


A largada hoje está prevista para às 19:00hs rumo à Vitória cuja distância é de 184 milhas (dá umas 36 horas de navegada). Será o trecho tradicionalmente mais complicado, no qual dobraremos o Cabo de São Tomé. As previsões são favoráveis, ou seja, nada de vento Nordeste. Está previsto sim a entrada de
Sul e Sudoeste no horário de nossa passagem. Os Deuses estão com o CCL 2012.

VamoQvamo...

Segue mais um videozinho, agora de Búzios. (pegamos gosto pela coisa)



Bons Ventos!!

CCL 2012 #9 - Keep Walking

Bora passear em Búzios? Deixa a carteira no Barco. Lição aprendida é lição não esquecida.
Nem sei se o ditado é esse, mas deu pra aplicar. Vamos desta vez só andar pela Rua das Pedras e aproveitar pra estica o corpitcho, pois amanhã a noite teremos uma estadia a bordo de 36 horas. Falamos em só apreciar as coisas, coisa que o Comandante e Molina levaram ao pé da letra. Uma coisa tá legal: onde quer que vamos, vamos juntos. Pois quem conhece nosso Comandante Janjão, sabe que ele não foi "projetado" para a arte de caminhar e mesmo assim demonstrou disposição (embora depois tenha ficado ai ai ai durante todo o almoço). O Molina sem querer dá uma desafiada no Comandante. Encontramos um mercado para comprar frutas e outras coisinhas que estavam faltando para nos preparar para a travessia até Vitória.
Ontem foi uma beleza o churrasco no Iate Clube. Bate papo, cerveja gelada e um churras que não deixou nada a desejar. Mais uma vez parabéns pela organização. Depois disso, nosso Comodoro Eduardo chamou para uma reunião prévia da largada, apenas para colocar umas questões de previsão de meteorologia, horário de saída e tudo mais. Confesso que tava mais pra jogar meu esqueleto na caminha e "jiboiar" depois do churras...  Hoje a tarde (11/07) haverá outra reunião com as definições para a largada.
Mas o ponto alto, se é que se pode chamar assim, foi a ligeira "porranca" da noite. Entrou um vento forte no início da noite que ficou até quase pela manhã. Falaram em algo em torno de 30 nós e com rajadas superiores. As poitas são legais e tudo mais, fazendo com que o risco real fosse mínimo. Mas é o que eu comentei, pra nós novatos, tudo é conhecimento: o quanto aguenta um cabo? Um cunho? (lugar para amarrar o cabo no convés). Fiquei um bom tempo com o Comandante no cockpit avaliando e pensando na situação. Os outros barcos também são uma ameaça nestas circunstâncias. Já garramos e pegamos tempo ruim com o Refrega na Ilha Grande ou mesmo no Cedro. Não se trata de medo: trata-se de saber se aquilo que nos cerca está preparado para aquela condição climática. O mesmo estamos aprendendo quando se trata de velejar. Qual o limite das velas, dos estaiamentos, do mastro ou da inclinacão do barco.
Ainda bem que predominam os belos finais de dia!

Ouvir de quem sabe ajuda e é sinônimo de esperteza, mas acredito que só vamos saber e aprender mesmo é VIVENDO!

Bons Ventos!