Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Navegar Foi Preciso!

Estou reeditando abaixo um post antigo, pois agora aprendi a mexer um pouco mais no movie maker e pude juntar a história toda. Falo de parte da aventura que foi a compra do Refrega em Aratu - Salvador.

Cada vez que revemos esta história percebemos o quanto mudamos e que, mesmo depois de dois anos, ainda temos muito que aprender ....
Mas os Cruzeiros Costa VerdeCosta Leste estão chegando e temos umas certezas destas viagens: a de que vamos aprender e evoluir muito a bordo do Veleiro Sweet sob o Comando de nosso amigo Janjão. Evoluir como velejadores e também como pessoas, pois serão aproximadamente 45 dias de novas experiências, convívios, amizades e novos lugares que chegaremos de veleiro! Hoje ainda é difícil imaginar que em tão pouco tempo já temos esta oportunidade.

então....

Na página O Veleiro Refrega, contamos a saga que foi comprar e trazer o Refrega da Bahia para Paraty. Não conseguimos trazê-lo navegando, mesmo contando com a boa vontade de Cris, Janjão e até do Luis Poesia. 
Diante deste fato de que as melhores condições seriam após novembro,  acreditamos que a melhor opção seria despachá-lo com a transportadora Transgenic, pois os custos que íamos ter para navegar de lá pra cá com Marinheiro, e outras idas e vindas até Salvador até novembro nem seriam tão menores do que o frete. Outro benefício é que já poderíamos desfrutar do barco (quase) de imediato em Paraty-RJ.

O Refrega estava em Aratu (uma pequena baia a umas 20 e poucas milhas de distância), e o caminhão ia pegá-lo na Bahia Marina em Salvador em função de sua boa infraestrutura, fui pra lá sozinho pra fazer a tavessia. O combinado era navegar com o Carlinhos, da Bahia Marina, que também seria o encarregado de cuidar dos trabalhos de pintura de fundo, retirar o mastro e colocar o barco e tudo mais em cima da carreta. Mas .... resolvi fazer esta pequena viagem sozinho. Nunca tinha velejado num veleiro grande, além das 3 aulas que eu e a Glaucia fizemos no Boto 16 na Guarapiranga. Como eu não conhecia bem o barco, o motor e muito menos tinha experiência em vela, fui com calma, pois já estava me aventurando demais sem precisar bater recorde de velocidade. Qualquer coisa era só passar um rádio e pedir ajuda.  Muito legal estar sozinho velejando com um destino logo ali. Fiz esse registro para poder dividir a emoção com a Gláucia (a Mozinhu). 


Acredito que foi uma das coisas mais emocionantes que fiz na vida. E pra nós ainda teve um gosto de dar a volta por cima.

"É SEMPRE MELHOR PEGAR UM CAMINHO ALTERNATIVO DO QUE CORRER ONDE TODOS ESTÃO" (Steve Jobs - 1955/2011)

Bjus e Bons e Novos Ventos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

É muita Informação!

Acomodar a bagagem. Limite de Velocidade. Placas de sinalização. Outros Veículos. Pedestres no Acostamento. Ultrapassagens. Trânsito das Marginais. Semáforos. Cruzamentos. Ufa ... finalmente em casa.
da WEB - e a bagagem?
Quando passamos alguns dias navegando é que a gente percebe quanta informação temos de processar para ir de carro de um ponto a outro. Muito mais do que velejando ou admirando as paisagens... Caraca! Leva um bom tempo até você voltar a dirigir com naturalidade.
Bom, aproveitamos a semana do Feriado de 1 de maio como umas "férias", pra dar uma zerada na cabeça nesta nova fase da vida. Quase uma Lua de Mel, pois é raro estarmos somente os dois a bordo. Não que achemos ruim a companhia dos usuais tripulantes einh!!!
Foram dois dias de tempo ruim no pier (chegou a fazer uns 35 nós numa noite), mais uns dias com amigos na Cotia. Daí então resolvemos zarpar para a Ilha Grande aproveitando a perspectiva de melhora no tempo. Mas a previsão daquele dia se confirmou em partes: ondas de 4 metros com intervalos de 8 segundos entrando de Leste. Céu nublado mas não chove. Faltou quem? O Vento! Saímos com a vela mestra da Cotia, pois se não ajudasse pra velejar, serviria pra equilibrar o barco nas ondas que entrariam por Boreste (lado direito). Só que antes das ondas se mostrarem grandes, resolvemos baixar a mestra devido a falta total de vento, pois víamos nuvens pesadas a nossa frente nas imediações da Ilha. Meus amigos, o Refrega balançou que nem um "João Bôbo". Em alguns momentos passou fácil dos 30 graus de inclinação. E olha que ele é pesado. Deu medo, pois nunca tínhamos passado por isso. Vimos ainda que por mais que nos preocupemos em deixar as coisas arrumadas e presas no barco, numa condição de Mar como esta o que tá meio preso com certeza vai pro chão! O pico do balanço durou mais ou menos uns 30 a 40 minutos (de um total de 4 horas de viagem). Mas depois de algumas adernadas, deu pra ver que o barquinho aguentava bem e que não havia o que temer, em termos de segurança. Ficou apenas o desconforto em se segurar e tentar acalmar a mente dizendo pra si mesmo: Calma! o Barco não vai virar! (tipo um Mantra repetido mentalmente, ou até mesmo aos berros as vezes pra tentar acreditar nisso!!!!...rsrs)
Quando o balanço diminuiu um pouco, tive até tempo pra filmar o vai-e-vem:

O tempo ficou ótimo na Ilha. Ficamos alguns dias na Tapera, com direito a caminhada até a cachoeira e o Leite da Macaca na Telma. Estava muito vazio por lá, mas ainda conhecemos um casal muito bacana, com seu mega Trawler, de boa prosa e que ainda nos levaram para um bom passeio em seu bote nas pequenas praias e enseadas da região. Na volta ficamos dois dias na Ilha do Cedro, foi quando soubemos que o Bar da Dita e o Bar do Nelsinho foram fechados pelo IBAMA ou coisa assim. Vamos torcer para que reabram.

O melhor, como sempre, foi voltar do Cedro para Paraty somente na vela a uns 4 a 5 nós. Até tinha umas ondas, mas velejando é muito melhor e mais confortável pra navegar. Chegamos até a frente da Marina do Engenho aproveitando até o vento de popa.

Estamos ai aproveitando. Sempre! Vem mais pela frente.

Beijos e Bons Ventos.