Apesar de se repetirem em todas as nossas ancoragens, o nascer e por do Sol e da Lua são um espetáculo diário também aqui. É como se tivéssemos hora marcada para assistir a um bom programa da National Geographic na televisão.
De Ihéus para Camamu são 70 milhas. Zarpamos às 3h e chegamos às 14h, percorrendo o trecho na vela e motor. Que tinha ondas altas de través eu preciso dizer? SACO. Para chegar é preciso entrar na baia com a maré enchendo. Uma outra novidade pra nós: aqui só se consegue uma ancoragem tranquila colocando-se uma segunda âncora na mesma corrente. Isso também por causa da maré junto com a correnteza do rio, que deve chegar a uns 3 nós fácil. Você solta uns 20 metros de corrente e quando sentir que "unhou"(prendeu a âncora no fundo), coloca a segunda âncora na corrente e solta mais uns 15 metros. A gente ficou firme desta vez. Muitos colegas tiveram de arrumar suas ancoragens.
A Baia de Camamu é gigante. Ficamos no Campinho que tem bons restaurantes. Comemos uma bela lagosta no São Jorge que fica no Sapinho. Também na Vila fomos convidados para tomar caldos e comer tapioca na numa ONG . Também foi uma ótima oportunidade pra tomar um bom banho quente. Nessa vida aprendemos a dar valor a cada coisa "banal"!!!!.
Ainda fizemos dois bons passeios. Num dia fomos de Lancha Rápida (e tem lancha lenta?) até a Cachoeira de Tremembé. Foi bom ir de lancha pois é longe (uma hora a uns 25 nós de velô) e a profundidade é muito pouca. Só mesmo veleiros de pouco calado e na maré alta chegam lá. Andar pelos mangues, passar por pequenas Vilas e ver o cotidiano de muitos pescadores faz com que a viagem seja rápida.
Tirando a lama no desembarque, e fiquei salvo pois o Lancheiro me pegou no colo, o restaurante da Ada e do Sr. X (não lembro o nome dele) é um oásis aos pés da cachoeira.
Boas cachaças, muitas conservas e um Pitú, de "lamber os beiços", acompanhado de palmitos ao forno com manteiga de garrafa!.... Caraca. Nem preciso dizer que o restaurante era relativamente barato, pois naquele "fim de mundo"a lata de Skol gelada custou apenas R$ 3,50!!!!.kkkkk.
Dia seguinte fomos todos de escuna até Cajaíba e Camamu. Em Cajaíba são fabricadas as escunas. Muito interessante de se conhecer. Lá um mestre dos Antigos guiou-nos dando vários detalhes das técnicas de construção.
De volta para a escuna, fomos para Camamu pegar umas Vãns que nos levariam até a Comunidade Quilombola, cujo almoço, além de delicioso, foi oferecido como boas vindas. Muquecas, Tainha defumada e outras delícias.
No retorno passamos pela bela Cachoeira Pancada Grande, que nem cheguei perto devido a caminhada e escadaria a ser encarada pelo meu corpinho que já tava pedindo penico de tanto andar de Escuna e Van.
Camamu: da próxima vez que viermos pra cá, só sairemos quando formos convidados para a festa de aniversário de um nativo.
Té Mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário