Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quem tem um, não tem nenhum ....

... e quem tem dois, tem um! Essa é a regra do Navegador.
E a Lei de Murphy é altamente aplicada no mundo Náutico. Parece, inclusive, que o tal Murphi tem a função de “chefe da manutenção” em quase todas as embarcações!!!...rsrs


da WEB - Acontece muito!

A história é a seguinte: saímos para passear no feriado e dormimos na Cotia. Pela manhã, demos a partida no motor para seguir até o Cedro. Reparei que, por alguma razão, a hélice não estava girando como de costume, mesmo em marcha lenta. Então resolvi dar um ligeiro avante (engatando a marcha). Ela girou lentamente. Pensei na hora que deveria ser assim mesmo, pois achei que o selo gerasse uma pouco mais de resistência que a gaxeta. Instantes depois, resolvi dar uma olhada no selo (através da tampa do motor). Para minha surpresa, estava entrando um bocado de água por ele. Até ai tudo bem, pois tínhamos uma bomba dentro de um compartimento específico para drenar qualquer aguinha que entrasse pela antiga gaxeta, e agora pelo selo.
Acreditem: havia um fio solto (do sapinho que liga e desliga a bomba automaticamente) que gerou a queima do fusível geral e as bombas!!! (duas).

Ver imagem em tamanho grandeAi sim .... tivemos de acelerar as ações: enquanto eu tirava as coisas de cima da cama de popa – para ter acesso ao selo – a Glaucia e a Cris ajudavam a “empilhar estas coisas” e deixar caminho livre pra tirar o piso do barco para que usássemos a bomba manual. É uma adrenalina só. No mesmo instante em que eu pensava no que fazer - não entre em pânico ,tire as laterais, não entre em pânico, verifique por onde entra a água, não entre em pânico, conserte ou arrume algo para vedar o vazamento, não entre em pânico, não esquece de respirar......, - eu imaginei até em levar o barco pra praia, caso a água não parasse.

......Colocamos o selo mecânico para substituir a gaxeta ( e ter a prometida tranqüilidade), conforme descrevemos no post do Veleiro Refrega. Só teve um pequeno problema, e que juraram não ser “importante”. O Eixo da hélice é de 1 ¼ . Já o retentor do selo é de 1 e ½ ! Pra remediar, sugeriram “uma prática comum” de colocar uma mangueira no eixo para que o selo vedasse sem folga. Como o Refrega estava fora da água para pintura, seria esse o momento ideal de fazer a substituição. Era melhor do que esperar vir um na medida certa (ou perder uma possível venda). Basta eu dizer que o camarada que pôs o selo, vendido por uma pequena loja de Paraty,  foi o mesmo que “tentou” alinhar o eixo/motor sem sucesso e nos deixou na mão sem terminar o serviço ou devolver algum $$. Depois fiquei sabendo que dava pra contratar um mergulhador para tirar o eixo e a hélice para instalação (anotem isso. É muito mais barato, e nem um pouco arriscado se fizer certinho, do que usar uma Marina e seu Travel Lift)....

O que aconteceu? Bom, ao girar o eixo, a mangueira ou o selo devem ter rodado “em falso”  fazendo com que o selo se afastasse, provocando assim a entrada da água. Bastou soltar a abraçadeira, empurrar o selo e apertar novamente!!! Após o susto, foi só recuperar o fôlego e voltar para o Refúgio "escoltados" pelo Janjão (Sweet) que insistiu em ficar por perto no caso de uma novo acontecimento.


Da WEB - mas não vale abusar da sorte!

Neste último final de semana mexi nele de novo, pois não ficamos mais sossegados. Resolvi colocar também uma abraçadeira na mangueira para que ficasse bem firme ao eixo e também coloquei uma abraçadeira mais larga no próprio selo (não era isso que o Tony deveria ter feito quando instalou?). Vi um selo na mesmo loja que comprei (onde  agora já zerei as contas pra não ter que voltar lá), e tinha duas abraçadeiras para este fim !!!! eu tive de arrumar abraçadeira pra dar pro cara na instalação ?!?!?!?!


Em relação às bombas, fiz a substituição de ambas e também dos sapinhos. Tá tudo novo e funcionando . Sr. Murphy .....  Tá demitido!

Bons Ventos!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A passagem para Outro Mundo!

Viver em dois Mundos. Ainda mais quando estes mundos são tão distintos e, no nosso caso, tão interligados.
Da WEB
Por quase 17 anos, atuei em várias Instituições Financeiras. A Glaucia, um pouco menos. Vivemos num Mundo no qual dedicamos nosso tempo em aprender e contribuir com ações ligadas a gestão de recursos de terceiros, ou seja, na administração e controle da grana de pessoas que por seu mérito próprio, herança de família ou outros, tem uma quantia guardada que, muitas vezes, é ela quem "trabalha" e garante o sustento de seus proprietários e familiares, complementando sua renda. Neste mundo, a pressão por performance operacional, resultados, rentabilidade, responsabilidade, transparência, ética e tudo mais faz com que, as vezes, cheguemos a nos stressar e nos questionar se vale a pena tanto esforço e aguentar tanto cobrança e "encheção de saco" ..... e até com um reconhecimento que julgamos abaixo de nossas expectativas. Muitos vezes pensamos que não vale a pena..... Pra Glaucia não valeu!

Mas hoje me ocorreu uma razão pra seguir em frente. Ela está no outro Mundo que ainda apenas vislumbramos e nos permitimos experimentar por pequenos momentos.
Conhecemos muitos velejadores que tem como parte da renda, para ajudar a viver e manter suas "casinhas",os recursos que ajudamos a rentabilizar e zelar, de uma forma direta ou indireta. Muitos moram em seus barcos, viajam com a família e amigos sem as preocupações das relações profissionais, graças a aposentadoria e a boa gestão de seu dinheirinho, que serve também para pagar a "boa vida" que planejaram e que levam atualmente.
Com essa graninha, e com a tranquilidade que se espera ter sabendo que seu dinheiro está sendo administrado por uma empresa séria, ética e profissional,  meus amigos do Mundo da Vela podem se dar "ao Luxo" de participarem de mais um evento com seus veleiros, parentes e amigos:

Cruzeiro Costa Fluminense.
 Reunião comandantes Bracuhy (Angra) - Bowteco com café da manhã
 Largada para Ilha Grande - Palmas
Largada para Rio de Janeiro - Iate Clube Jurujuba
 Almoço Jurujuba - tarde livre/abastecimento diesel
Largada para Praia Cassino da Urca (no local tem supermercado) - tarde passeios Pão de Açucar, Jardim Botanico, etc - 
 Largada para Praia de Icaraí - 17:00hs - Happy hour na praia - confraternização de final de ano
0:00hs - Visão embarcado dos fogos de artifício - pernoite no local ou Praia de Charitas
 Largada para Ilha de Paquetá - almoço em Paquetá - tarde para passeios 
 Almoço de confraternização no Paquetá Iate Clube - tarde para passeios - 
 Largada/Retorno para Cassino da Urca (abastecimento/supermercado)
Largada para Ilha Grande - Saco do Céu - pernoite
 Largada para Sitio Forte - Ubatubinha - almoço de encerramento no Bar do Lelé.

Se eu já estivesse na situação deles, e espero estar o mais breve possível, adoraria saber que existe um Outro Mundo com pessoas que pensam e respiram 24h por dia em performance operacional, resultados, rentabilidade, responsabilidade, transparência, ética e tudo mais....

Bons Ventos a todos!

domingo, 20 de novembro de 2011

Um Veleiro, um Rumo e vários Motivos!

Como ficamos em Sanpa neste fim de semana, aproveito pra falar do final de semana de 5 e 6 de novembro, quando o Refrega foi um Veleiro.
Já velejamos várias vezes, mas nossa ida para um evento na Ilha do Cedro, junto com o pessoal do AMIGOS DO MAR (NAVCLUB), foi a melhor de todas. Só perdendo mesmo pra mini regata da volta no domingo!!! .... rsrs.
O que experimentamos de diferente na ida para o Cedro, que fica a aproximadamente 11 milhas de Paraty,  foi que velejamos num vento constante entre 6 e 8 nós numa orça folgada, quase través (vento de lado em relação a linha proa - popa do barco). Foi a primeira vez que velejamos tanto tempo -quase 3 horas - na faixa dos 4 nós sem dar bordos e utilizando o piloto automático. Não havia correnteza forte nem tráfego que nos exigisse, inclusive, fazer grandes correções na rota. Foi a pura sensação de sentir o balanço do barco, o vento fresco e o Sol como testemunha.
Jantamos a bordo do Adventure II, o barco do Tadeu, o namorado da amiga Sonia. Nós, a Cris Berringer, o Janjão e Ivany (Sweet), o Zé do Toriba e os anfitriões, juntamos umas comidinhas e bebidinhas que serviram de combustível para a boa prosa e muitas risadas noite a dentro. Ainda bem que pra voltar foi só "cair" no Jaizon Jr (nosso bote) e ser rebocado pelo Zé Toriba até o Refrega! Ufa....

No sábado o churrasco e muita diversão na praia na Barraca do Nelson. Estávamos em mais de trinta veleiros!!! Ainda rolou amigo secreto, luau, o talento musical de alguns velejadores e tudo mais.

Voltamos no domingo com o mesmo tipo de vento. Só que o melhor foi dividir a velejada com o Jair do Veleiro My Toy, nosso vizinho de Marina. Infelizmente o Carlos do Veleiro Maná teve problemas com o carrinho da vela mestra e não nos acompanhou. Velejamos o tempo todo lado a lado, as vezes a menos de 20 metros de distância, revezando a dianteira outras vezes. Como o Refrega é de aço (7,5 ton) e sua vela mestra é meio antiga e feitas pra cruzeiro, tivemos de "trabalhar" bastante nos ajustes para podermos "brigar" com o FAST 345 do Jair. Devo confessar que só conseguimos ficar na disputa por que o Jair estava um pouco destreinado na arte de trimar as velas..... rsrsrs (foi o que ele disse!). Mas em determinado momento ele se encontrou nos ajustes e o FAST deu um salto em nossa frente. Mas até que nem tanto!....rsrs, pois mais a frente voltamos a ter de mexer na regulagem para podermos rumar até Prainha, nosso ponto de encontro. Voltamos a ficar mais perto e, no nosso caso, rolou até uma bela asa de pombo para aproveitar o vento de popa.

Nós não temos palavras para descrever o sentimento de realização, liberdade e prazer que ainda está presente em nossas lembranças, mesmo voltando para a rotina de Sanpa. Velejamos, regatamos e convivemos com pessoas que curtem o mesmo que nós.
Um final de semana como esse, e que se repetirá muitas vezes daqui pra frente, recarrega nossas energias e a certeza do por quê vale a pena cada dor de cabeça na manutenção, gasto, sacrifício, trabalho que tivemos para ter e manter nosso primeiro barquinho. Pra quem gosta dessa vida, claro!

Beijos e Bons Ventos a todos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Se aborrecer pra quê?

Da WEB - acho que garrô!

Muita gente veleja em represa pelo simples fato de julgarem ser mais seguro. Será?
Conheci muitos velejadores em alguns encontros e palestras em São Paulo que se lançaram no mundo da vela em represas. Alguns por lá ficaram e outros já estão no Mar.
Os motivos vão da praticidade e distância, pois tem a Guarapiranga em São Paulo que é bem grande e dá pra aproveitar muito dela num 23 pés. Mas também vão da sensação de segurança que as águas calmas das represas proporcionam. Muito mais que nas grandes Baias de Paraty, Rio e Salvador.....
Mas essa foto dá no que pensar !!!!!!

bjus e bons ventos!