Isto por que em volta do arquipélago tem muitos recifes, o que exige atenção dos navegadores.
Nossa viagem de Vitória até lá foi na base de 34 horas de motor mesmo. Por duas razões: a primeira é por que, conforme dissemos antes, trocamos a genôa por uma menor esperando que tivéssemos mais vento. Como ele não veio, o "pouco pano"não fazia o Sweet andar mais que 3 ou 4 nós. A outra razão, mais controversa pra mim, é para espantar as baleias mais distraídas. Pra que espantar se vê-las de perto era tudo o que mais queríamos. Mas um contato imediato de quarto grau com elas pode causar sérios problemas ao barco e também a elas, claro. Vimos muitas mesmo, mas não tão de perto ...pelo menos o quanto queríamos. Os Veleiros TIMSHEL e Triunfo II disseram ter esbarrado nelas, mas nada sério. Não tirei foto, mas tem uns filminhos pra mostrar depois.
Abrolhos é um espetáculo de lugar e os três dias que ficamos foram pouco. Ainda por cima fomos privilegiados por poder desembarcar e mergulhar nas imediações. É preciso autorização prévia da Marinha. Com a turma da Berna, que trabalha lá a mais de 25 anos, fomos visitar os 3 points das ilhas:
- O Farol: 22 metros feito em ferro fundido em 1861. Nem preciso dizer o quão show foi assistir o por do Sol lá de cima e acompanhar o acendimento da luz. Luz? aquilo parece mais fraco que o abajur lá de casa. Tem uma lampadinha bem "mequetrefe", mas devido aos cristais que formam as lentes, o Farol tem um incrível alcance de 51 milhas.
- Ponta da Cruz: o nome não é esse. Mas do lado oposto onde fica o Farol, tem um morro com uma cruz. A caminhada até lá não é tão radical. No trajeto, além da vista impagável de todo o arquipélago, você se aproxima de muitas outras aves. O visual é impressionante.
Pra falar a verdade, tudo lá é impressionante. Tem um detalhe, sabe aquela coisa que quem tá embarcado tem como regra: só jogue no Mar o que os peixes podem comer! Pois é, lá nem isso pode ser feito. O lance é que se os peixes se acostumarem a comer "nossa comida", eles podem mudar o hábito alimentar e isso afetará o eco sistema. Interessante não? A gente que acha que tá ainda fazendo o bem pros pobres peixinhos.
Tivemos a oportunidade de fazer mergulho. A Glaucia fez do tipo Batismo, aquele que você vai acompanhado por um instrutor. A água não estava cristalina, mas foi possível fazer um bom mergulho e ainda filmar e fotografar com nossa maquininha nova. É uma Nikon Coolpix AW100. É uma boa dica, pois ela tem 16 megapixel, filma em HD, pode merguhar até 10 metros, a prova de choque e outras coisinhas a mais. Tá firme até agora, pelo menos... Não mergulhei pois estou com meu tímpano perfurado e não quis arriscar a uma infecção a esta altura da viagem.
O pessoal ainda fez um churrasco. O Ícaro, um dos tripulantes do MM2000 em que está a Cris (Tia da Glau), o fez muito bem. Afinal é do Sul!. Eles zaraparam de Abrolhos direto para Ilhéus, pois o barco tem muito calado para entrar em Santo André.
Agora já estamos em Santo André. Amanhã (28/07) às 10h zarpamos para Ilhéus. Prevemos umas 20 e poucas horas de travessia. Voltamos a colocar a genôa maior para melhor aproveitar os ventos. Baleias? Sim, tem muito mais pela frente.
Bjus e bons ventos.