Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CCL 2012 #9 - Keep Walking

Bora passear em Búzios? Deixa a carteira no Barco. Lição aprendida é lição não esquecida.
Nem sei se o ditado é esse, mas deu pra aplicar. Vamos desta vez só andar pela Rua das Pedras e aproveitar pra estica o corpitcho, pois amanhã a noite teremos uma estadia a bordo de 36 horas. Falamos em só apreciar as coisas, coisa que o Comandante e Molina levaram ao pé da letra. Uma coisa tá legal: onde quer que vamos, vamos juntos. Pois quem conhece nosso Comandante Janjão, sabe que ele não foi "projetado" para a arte de caminhar e mesmo assim demonstrou disposição (embora depois tenha ficado ai ai ai durante todo o almoço). O Molina sem querer dá uma desafiada no Comandante. Encontramos um mercado para comprar frutas e outras coisinhas que estavam faltando para nos preparar para a travessia até Vitória.
Ontem foi uma beleza o churrasco no Iate Clube. Bate papo, cerveja gelada e um churras que não deixou nada a desejar. Mais uma vez parabéns pela organização. Depois disso, nosso Comodoro Eduardo chamou para uma reunião prévia da largada, apenas para colocar umas questões de previsão de meteorologia, horário de saída e tudo mais. Confesso que tava mais pra jogar meu esqueleto na caminha e "jiboiar" depois do churras...  Hoje a tarde (11/07) haverá outra reunião com as definições para a largada.
Mas o ponto alto, se é que se pode chamar assim, foi a ligeira "porranca" da noite. Entrou um vento forte no início da noite que ficou até quase pela manhã. Falaram em algo em torno de 30 nós e com rajadas superiores. As poitas são legais e tudo mais, fazendo com que o risco real fosse mínimo. Mas é o que eu comentei, pra nós novatos, tudo é conhecimento: o quanto aguenta um cabo? Um cunho? (lugar para amarrar o cabo no convés). Fiquei um bom tempo com o Comandante no cockpit avaliando e pensando na situação. Os outros barcos também são uma ameaça nestas circunstâncias. Já garramos e pegamos tempo ruim com o Refrega na Ilha Grande ou mesmo no Cedro. Não se trata de medo: trata-se de saber se aquilo que nos cerca está preparado para aquela condição climática. O mesmo estamos aprendendo quando se trata de velejar. Qual o limite das velas, dos estaiamentos, do mastro ou da inclinacão do barco.
Ainda bem que predominam os belos finais de dia!

Ouvir de quem sabe ajuda e é sinônimo de esperteza, mas acredito que só vamos saber e aprender mesmo é VIVENDO!

Bons Ventos!

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