Viver Não é Preciso.

Passamos alguns dias pensando em como descrever aqui neste blog as nossas expectativas sobre o estilo de vida dos velejadores de cruzeiro que tanto almejamos. João Sombra, em seu livro Conversando com o Guardian, já o fez:
"É o desbravar de novos conhecimentos, de uma nova vida, na qual não há espaço para as mediocridades advindas do viver nos tumultuados centros urbanos.
É o viver na expressão mais ampla da palavra, saciando nossa fome de conhecimento e cultura.
É viver sem medo, traumas e tensões provocadas pela mente humana. Viver como aliados da natureza e suas incriveis nuanças."

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um ano de vela.... quase nada!

Já dissemos que em maio fez um ano que o Refrega chegou, passou por "funilaria e pintura" pra ser colocado nas águas de Paraty.
Muitas águas rolaram. Motoramos, velejamos e "pieramos" muito. Pierar é ficar na marina fazendo melhorias ou manutenções. No Refrega fizemos muito disso, principalmente quando estávamos nos preparando para os 25 dias de férias de janeiro/11. Mas essa nossa primeira grande cruzeirada será uma história a parte.
Vamos resumir que neste 1 ano foram muitas descobertas. Onde ancorar, como ancorar, os fundeios de boa tença, de onde o vento vem, como se abrigar e regular velas foram uns dos aprendizados. Como tudo era novidade (ainda é), tudo era muito emocionante e gratificante. Até mesmo aqueles dias meio chuvosos que aproveitávamos pra fazer serviços na marina e dentro do barco.
Mas os passeios foram os pontos altos, claro. Tivemos a companhia da família e amigos em muitas ocasiões. A nossa euforia quando falávamos de nossos passeios era tanta e contagiante que, quem podia, queria ver isso de perto.
Também curtimos muito só nós dois. Esse é um "detalhe" importante. Para um casal viver num veleiro, os quesitos básicos para um bom relacionamento são colocados a prova. O amor, respeito, cumplicidade, amizade e outros tantos sentimentos são exigidos em dobro, em função do espaço resumido e a convivência "forçada" diária, mesmo que vc ou ela estejam naqueles dias azedos, virados ou sem vontade de olhar pra própria sombra. No veleiro você tem de dividir até o ar que respira, as vezes literalmente, pois pode estar chovendo e frio lá fora sendo melhor nem abrir uma vigia!!
De fato vemos muitos e muitos barcos com famílias inteiras ou só casais. Alguns só em final de semana. Muitos outros, sortudos moradores. Mas sabemos de muitas histórias de pessoas que compram um belo veleiro, com lugar e conforto para a família toda, mas a coisa não engrena. Alguém sempre enjoa, outro não curte muito o Sol ou as viagens e preferem o convívio e lazeres urbanos, os filhos adolescentes geralmente não curtem. Ai, transformam-se em velejadores solitários de fim de semana.
Existem muitas regras para viver no mar. Digo que nós estamos nos conhecendo neste ambiente. Aprendendo a respeitar as virtudes, limites e características de cada um. Um cozinha o outro lava. Um seca o outro guarda. Um traça a rota e pilota e o outro pega no pesado com velas e cabos (o "outro" é sempre eu!!!..... brincadeirinha meu Amor!!!).
Bons Ventos

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